Tratamento das ATMs: melhores resultados em uma abordagem multidisciplinar
As DTM consistem num grupo de patologias que afetam os músculos mastigatórios, a ATM e estruturas relacionadas. São disfunções músculo esqueléticas do sistema estomatognático que se estima afetem mais de 25% da população. Habitualmente se manifestam por um ou mais dos seguintes sinais ou sintomas: ruído articular, limitações de mobilidade mandibular, dor muscular e/ou articular. Muito frequentemente estão também associadas a outros sintomas que afetam a região orofacial e cervical, como cefaleias, sintomas relacionados com o ouvido e disfunções da coluna cervical.
O tratamento de pacientes com DTM deverá envolver uma equipe multidisciplinar. Médicos Dentistas e estomatologistas (entre outras especialidades), psicólogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas deverão trabalhar numa dinâmica interdisciplinar desde a definição de um diagnóstico diferencial que possibilite identificar a etiologia da disfunção potencializando os resultados clínicos nestes pacientes.
Tratamento – opções disponíveis
O tratamento conservador e não invasivo é considerado como o de eleição numa fase inicial, considerando que a sintomatologia é habitualmente reduzida através da utilização conjunta de goteiras oclusais, fisioterapia, sessões de fonoaudiologia e terapia farmacológica. A American Academy of Craniomandibular Disorders recomenda a Fisioterapia como um importante tratamento para pacientes com DTM. O Fisioterapeuta que se dedica à reabilitação da DTM deverá ter uma formação pós-graduada adequada.
Assim, a intervenção da Fisioterapia tem como objetivos diminuir a dor músculoesquelética, promover o relaxamento muscular, reduzir a hiperatividade muscular, melhorar o controlo e função muscular e maximizar a mobilidade articular. O Fisioterapeuta deverá basear a sua intervenção numa avaliação cuidadosa e a utilização de diversas estratégias e metodologias de intervenção.
A utilização de meios eletro físicos (ultra-som, micro-ondas, laser), eletro-analgésicos (TENS, correntes interferenciais, biofeedback) podem ser uma opção, no entanto a evidência mais recente aponta a terapia manual (técnicas articulares, neurodinâmicas e musculares,…) e o exercício terapêutico para a correção postural, educação e auto-regulação do paciente como métodos mais eficientes de tratamento.
No que diz respeito à intervenção específica em doentes com DTM e/ou dor Orofacial, o Fisioterapeuta poderá intervir com abordagem direta da articulação temporomandibular. No entanto, na maioria dos pacientes, esta intervenção é insuficiente pelo que a intervenção na coluna cervical e/ou torácica e/ou correção postural deve ser integrada no plano de tratamento.
A terapia da fala tem igualmente um papel fundamental na intervenção com pessoas com DTM. Com a definição de um diagnóstico diferencial existem casos cujas funções como mastigação, fala, respiração, deglutição e sucção poderão estar na base da DTM ou contribuir para a sua prevalência no tempo.
Assim, a identificação através de uma avaliação específica destas funções e a definição de um plano de intervenção específico permitirá uma melhor reeducação das funções do sistema estomatognático, fundamental para o seu equilíbrio e logo para a qualidade de vida do paciente.
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