Xilitol: o adoçante popular e seus efeitos na saúde cardiovascular
Estudo recente evidenciou riscos potenciais do uso de xilitol, um substituto do açúcar comum, nos alimentos dietéticos e em muitos preparos de cuidados com os dentes.
A informação é relevante no âmbito da odontologia, uma vez que o xilitol é um dos principais ingredientes em produtos para o tratamento da xerostomia (boca seca) e na prevenção de cáries.
Principais conclusões
1. Estar associado a eventos cardiovasculares
Foi detectado um risco 50% maior para incidência de eventos cardiovasculares em um período de 3 anos de consumo em participantes com concentrações mais elevadas de adoçante na corrente sanguínea.
2. Efeitos sobre a coagulação sanguínea
O xilitol intensifica a sensibilidade das plaquetas aos sinais que levam à formação de coágulos.
3. Absorção Rápida
Os níveis de xilitol no sangue aumentaram dramaticamente após o consumo de bebidas com esse adoçante, atingindo um pico cerca de mil vezes superior ao normal em 30 minutos. Essa concentração elevada foi temporária, com os níveis retornando aos valores habituais em um período de 4 a 6 horas.
Aplicações na odontologia
Como produtos odontológicos com xilitol são comuns, as conclusões são particularmente alarmantes em relação às possíveis consequências adversas no longo prazo do adoçante. Os profissionais de saúde devem, portanto, ponderar nitidamente o efeito já conhecido de usar xilitol para melhorar a saúde bucal em comparação com o risco potencial.
Desvantagens e considerações
É importante ter em mente que este foi um estudo puramente observacional e, como tal, não há como inferir qualquer relação de causa-efeito. Além disso, não houve investigação sobre se a exposição tópica a xilitol de qualquer forma, como na pasta de dente, seja potencialmente tão prejudicial.
Dicas para profissionais
É importante educar os pacientes sobre os possíveis benefícios e riscos de consumir xilitol ou eritritol, especialmente aqueles que estão predispostos a complicações cardíacas.
Também tem de se considerar outras alternativas para os pacientes de alto risco cardiovascular e ficar atento a novas pesquisas nessa área. Aguardar por mais estudos sobre a segurança do uso tópico comparado à ingestão de xilitol ou qualquer outro álcool de açúcar, como eritritol ou sorbitol.
Embora o xilitol continue sendo um dos muitos ingredientes vantajosos em muitos produtos para a saúde bucal, a descoberta de tais conclusões recentes significa que as recomendações devem ser feitas de uma maneira mais sensível e clara. É obrigação dos dentistas prestar atenção aos problemas que surgem e mudar as recomendações à medida que mais estudos são realizados, tendo em mente, acima de tudo, o bem-estar geral de seus pacientes.
Precauções e necessidade de mais pesquisa
Estes resultados sugerem que o xilitol, tal como o eritritol, pode apresentar riscos para a saúde cardiovascular a longo prazo. Tanto o xilitol quanto o eritritol foram associados ao aumento da formação de coágulos sanguíneos. Isto, por sua vez, pode aumentar o risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (derrame). Essas descobertas ressaltam a necessidade de mais estudos sobre a segurança dos álcoois de açúcar usados como adoçantes artificiais.
Este estudo reforça a urgência da investigação desses compostos, especialmente porque continuam a ser recomendados para indivíduos com restrições alimentares, como nos casos de obesidade e diabetes. Isso não significa jogar fora a pasta de dente se ela contiver xilitol, mas devemos estar cientes de que o consumo de um produto contendo níveis elevados pode aumentar o risco de eventos relacionados a coágulos sanguíneos.
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