Qual é a conexão entre boca seca e o diabetes?
Os sintomas de boca seca ou xerostomia, acontece quando as glândulas salivares não produzem saliva suficiente para manter a boca com a umidade ideal.
A xerostomia pode ser um sintoma de diabetes e também um efeito colateral de um medicamento utilizado no tratamento do diabetes.
Estudos indicam que a boca seca é um sintoma comum associado ao diabetes.
Boca seca – Sintomas
Uma boca seca se caracteriza pela presença de saliva em quantidade insuficiente para uma adequada hidratação.
Indivíduos com boca podem apresentar os seguintes sintomas:
- Sensação frequente de secura na boca;
- Desconforto bucal (dor);
- Língua áspera e seca;
- Dificuldade para comer, falar, mastigar ou engolir;
- Feridas ou infecções na boca.
Além dos sintomas anteriores, também podem ser percebidos:
- Dor de garganta;
- Secura nasal;
- Rouquidão.
A ligação entre boca seca e o diabetes
O sintoma da boca seca entre os problemas mais comuns entre os portadores de diabetes.
A alta prevalência desse sintoma entre os diabéticos está ligado a:
- Desidratação: Pessoas com diabetes têm tendência à desidratação;
- Níveis elevados de glicose no sangue: em pessoas com diabetes, os níveis de glicose tendem a ser elevados. A chamada hiperglicemia pode provocar secura na boca;
- Problemas renais: com o tempo, a glicose sanguínea elevada pode levar à doença renal. Essa, por sua vez, pode causar boca seca;
- Medicamentos para o diabetes: alguns medicamentos utilizados para o controle do diabetes podem causar boca seca como um de seus efeitos colaterais.
Dados indicam que dois terços das pessoas com diabetes são hipertensas ou usam medicamentos para ajudar a controlar a hipertensão.
A boca seca pode ocorrer como um efeito colateral desses medicamentos.
Boca seca é um sintoma de diabetes?
De acordo com uma revisão de 2014, a boca seca pode ser um sinal de alerta de diabetes. No entanto, embora seja comum em pessoas com diabetes, não é o único sintoma.
Um indivíduo pode ter vários sintomas devido ao diabetes, incluindo:
- Feridas que não cicatrizam;
- Perda de peso inexplicável;
- Formigamento ou dormência nas extremidades, como mãos ou pés;
- Aumento da fome;
- Sede aumentada;
- Fadiga;
- Micção mais frequente;
- Visão embaçada.
Os diabetes tipo 1 e 2 têm sintomas semelhantes, porém eles não se desenvolvem da mesma forma.
As pessoas que desenvolvem diabetes tipo 1 geralmente experimentem um início rápido dos sintomas.
Já as pessoas que vivem com diabetes tipo 2 tendem a enfrentar um início gradual dos sintomas. Sinais que podem passar despercebidos até que uma complicação mais grave se apresente, como visão turva, por exemplo.
Tratamento – boca seca
Se o sintoma de boca seca for consequência do uso de medicamentos, o médico do paciente deve ser questionado sobre a possibilidade de troca de medicamentos.
Quaisquer medidas que possam ajudar no controle da glicemia sanguínea podem trazer bons resultados.
Substitutos da saliva, como a saliva artificial também são opções viáveis na forma de produtos acabados ou manipulados. No entanto, os autores de um artigo de 2020 observam que produtos à base de saliva artificial não funcionam de forma confiável e que, quando o fazem, fornecem apenas um alívio temporário.
Soluções caseiras
Procedimentos simples podem ajudar a minimizar os sintomas de boca seca.
São eles:
- Evitar alimentos picantes ou salgados;
- Tomar água em várias porções ao longo do dia;
- Mascar chicletes sem açúcar para ajudar a estimular a produção de saliva;
- Abster-se de álcool e cigarro;
- Evitar bebidas com cafeína;
- Usar um umidificador ao dormir.
Não é a apenas o diabetes o causador da boca seca
Diabetes e os medicamentos que os médicos usam para tratá-la não são os únicos vilões responsáveis por fazer as pessoas sofrerem de boca seca.
A xerostomia ocorre mais usualmente como um efeito colateral de medicamentos de venda livre e prescritos, onde estão incluídos:
- Anti-hipertensivos;
- Medicamentos antidiarreicos;
- Anti-histamínicos;
- Antidepressivos;
- Medicamentos para incontinência urinária;
- Quimioterapia;
- Radioterapia.
Também pode ser consequência de doenças autoimunes, tais como:
- Doença da tireoide;
- Lúpus eritematoso sistêmico;
- Artrite reumatoide;
- Cirrose biliar primária;
- Síndrome de Sjögren.
Outras causas possíveis para a boca seca
- Desidratação;
- Indivíduo que respira predominatemente pela boca;
- Doença renal em estágio avançado;
- HIV;
- Dano a nervo resultado de lesão pregressa.
A importância de uma boa salivação da boca
A saliva desempenha vários papéis importantes na boca. São eles:
- Mantém a saúde dos tecidos moles e duros;
- Umedece comida e resíduos alimentares;
- Neutraliza os ácidos na boca produzidos pelas bactérias;
- Ajuda a combater micro-organismos que potencialmente podem resultar em doenças.
Sem o tratamento adequado, um indivíduo com boca seca pode vir a desenvolver cáries, gengivite, periodontite e candidíase oral.
Seja qual for a situação é importante que as pessoas tomem várias medidas para ajudar a manter sua boca saudável, como:
- Fazer visitas regulares ao dentista;
- Usar creme dental com flúor;
- Usar água potável que contenha flúor;
- Manter uma dieta saudável;
- Usar fio dental regularmente;
- Usar um enxaguante bucal projetado para ajudar a prevenir cáries e doenças gengivais.
Quando procurar assistência
Deve-se buscar assistência do dentista ou médico se os sintomas de boca seca persistirem por muitos dias. O diabetes é uma das várias causas potenciais que tem de ser pesquisadas.
Em algumas situações, os medicamentos podem ser a causa. Nesses casos, a pessoa pode conversar com um médico sobre a troca de medicamentos. É essencial não parar de tomar um medicamento prescrito sem antes consultar um médico.
Concluindo
Pessoas com diabetes têm maior chance de apresentar boca seca do que aquelas sem essa condição. Em alguns casos, a boca seca pode ser resultado de medicamentos para tratar o diabetes.
No entanto, outras condições de saúde e medicamentos podem causar boca seca, portanto, não é necessariamente um sinal definitivo de diabetes.
Deve-se buscar assistência odontológica ou médica diante da persistência do sintoma.
O dentista ou médico pode determinar a causa e sugerir o melhor curso de ação.
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Fontes: American Dental Association, NIDDK, Johns Hopkins Medicine, African Health Sciences, StatPearls, National Institute of Dental and Craniofacial Research