Infecção dentária – dicas importantes na escolha do antibiótico certo

Uma infecção dentária ou um abscesso dentário, geralmente ocorre como resultado da cárie dentária e má higiene bucal.
No entanto, também pode se desenvolver em razão de um procedimento odontológico prévio ou lesão traumática.

Quando uma infecção dentária está em curso gera uma bolsa de pus (abscesso) na boca como resultado de um crescimento bacteriano.
Essa infecção geralmente causa i nchaço, dor e sensibilidade na área .
Sem tratamento, a infecção pode se espalhar para outras áreas da mandíbula ou até mesmo do cérebro .

As cáries dentárias são muito comuns. Como este artigo observa , até 91% dos adultos entre 20 e 64 anos têm cáries. Além disso, cerca de 27% das pessoas na mesma faixa etária têm cárie dentária não tratada. O tratamento precoce da cárie dentária é importante para evitar complicações maiores, como infecções dentárias.

Qualquer pessoa que tenha uma infecção dentária deve procurar imediatamente um dentista para evitar que a infecção se espalhe.

Uma das primeiras coisas que um dentista provavelmente recomendará é um antibiótico para debelar a infecção dentária.
Alguns antibióticos funcionam melhor que outros para infecções dentárias. Também podem ser prescritos analgésicos para alívio dos principais sintomas.

Quando utilizar antibióticos para uma infecção dentária

O dentistas em geral prescrevem antibióticos apenas para o tratamento de infecções dentárias.
No entanto, nem todos os casos de infecção dentária requerem antibióticos.

Em alguns casos de infecção dentária, um dentista pode simplesmente drenar a área infectada.
Em seguida remover o dente infectado ou realizar um tratamento de canal para resolver o problema.

ideal é evitar o uso de antibióticos , a não ser em casos em que sejam absolutamente necessários. Isso ocorre no caso de uma infecção é grave ou disseminada . Ou também um paciente tem imunossupressão.

 

infecção dentária

Antibióticos e dosagens

Antibióticos podem ajudar a combater uma infecção dentária. Porém, é importante fazer uso do antibiótico apropriado para cada situação.

O tipo de antibiótico que um dentista prescreve irá variar conforme as bactérias causadoras da infecção.
Isso ocorre porque diferentes antibióticos funcionam de maneiras diferentes para eliminar diferentes cepas de bactérias.

Um estudo do Journal of Dentistry , avalia a possibilidade de existirem mais de 150 diferentes cepas de bactérias na boca.
Muitas dessas bactérias têm o potencial de se multiplicar e causar uma infecção dentária.

O tratamento pode variar dependendo das bactérias causadoras da infecção. Embora, na maior parte dos casos, os dentistas prefiram recomendar um antibiótico de amplo espectro.

Antibióticos também são prescritos em odontologia antes da realização de procedimentos, como a colocação de implantes dentários, por exemplo. Aqui no blog Dentalis já apresentamos uma matéria sobre o uso de antibióticos na prevenção de infecções em implantes dentários.

Antibióticos do grupo das penicilinas

São antibióticos comumente prescritos para infecções dentárias.

Dentro do grupo das penicilinas, as mais indicadas são as biossintéticas, como as fenoximetilpenicilinas, e as semissintéticas de largo espectro, como as ampicilinas e as amoxicilinas nas dosagens e posologias habituais.

Já em infecções mais graves, pode-se empregar amoxicilina associada ao clavulanato de potássio .

Algumas pessoas são alérgicas a esses medicamentos. Qualquer pessoa que tenha tido uma reação alérgica a medicamentos similares deve informar seu dentista antes da prescrição do tratamento.

Clindamicina

A clindamicina é eficaz contra uma ampla gama de bactérias infecciosas. Um estudo do International Dental Journal   aponta, alguns pesquisadores recomendam a clindamicina como a droga de escolha para o tratamento de infecções dentárias. Isso porque grande parte das bactérias têm menor propensão a resistir a essa droga do que as drogas da classe das penicilinas.

Uma dose típica de clindamicina é de 300 mg ou 600 mg a cada 8 horas, dependendo da dosagem que será eficaz.

Neste outro estudo , a Amoxicilina / ácido clavulânico (875 mg / 125 mg) administrada duas vezes ao dia mostrou-se comparável à clindamicina (150 mg) administrada quatro vezes ao dia, obtendo sucesso clínico em infecções odontogênicas agudas com ou sem abscesso. Verificou-se também que é bem tolerada com um perfil de segurança consistente com os efeitos farmacológicos conhecidos da amoxicilina / ácido clavulânico e com o descrito na informação de prescrição global.

Azitromicina

A azitromicina atua contra uma ampla variedade de bactérias detendo seu crescimento.
Pode ser eficaz no tratamento de algumas infecções dentárias. Normalmente a azitromicina é recomendada apenas a pacientes alérgicos aos medicamentos da classe da penicilina . Ou também que não respondam a elas ou a outras drogas, como a clindamicina .

A dose usual de azitromicina é de 500 mg a cada 24 horas por 3 dias consecutivos.

Metronidazol

O metronidazol é um antibiótico prescrito por médicos e dentistas para tratar várias infecções. No entanto, pode não ser adequado para todos e normalmente não é a primeira opção de tratamento .

A dosagem do metronidazol é de cerca de 500 a 750 mg a cada 8 horas.

Tempo de tratamento

O tempo do tratamento irá variar conforme alguns parâmetros que precisam ser avaliados. Como a gravidade da infecção dentária e a eficácia do antibiótico na eliminação das bactérias infecciosas .

É fundamental que o paciente siga o tratamento prescrito pelo dentista durante todo o período recomendado pelo profissional.
Mesmo que o paciente perceba a diminuição dos sintomas após algumas doses, deve seguir rigorosamente o tratamento até o seu término. O abandono do tratamento é dos fatores responsáveis pela resistência bacteriana a muitos antibióticos .

Conforme este outro estudo , o tratamento antibiótico deve ter o ciclo mais curto de dias capaz de prevenir a recaída clínica e microbiológica . A maioria das infecções agudas é resolvida dentro de 3 a 7 dias. Quando antibióticos orais são usados, doses altas devem ser consideradas para ajudar a atingir os níveis terapêuticos mais rapidamente.

Durante a gestação

As penicilinas são os antibióticos mais indicados durante a gestação na prevenção e no tratamento de infecções maternas e intrauterinas. As penicilinas agem na parede celular, estrutura que somente as bactérias possuem, sendo, portanto, atóxicas aos organismos materno e fetal . Podem ser administradas com segurança em qualquer período da gestação.

A eritromicina, pertencente ao grupo dos macrolídeos, substitutos naturais das penicilinas de pequeno espectro em pacientes alérgicos a estas, apresenta-se sob a forma de estolato e estearato. A literatura indica que pode ser administrada com segurança, em qualquer período da gravidez, sob forma de estearato, por não ter efeito hepatotóxico.

O uso de metronidazol está contraindicado no primeiro trimestre da gestação . As tetraciclinas estão totalmente contraindicadas na gravidez . Elas atravessam com facilidade a placenta e se depositam nos ossos e dentes durante os períodos de calcificação ativa. Podem provocar efeitos indesejáveis sobre a formação óssea e dentária do feto . E assim vir a causar malformações no esmalte dentário . Também alteram a coloração dos dentes podendo causar retardo do crescimento ósseo.

Anti-inflamatórios e analgésicos

Em relação aos anti-inflamatórios não esteroidais (Aines) a aspirina, não é recomendada . Isso porque ela bloqueia a síntese de prostaglandinas. Isso pode constringir o ducto arterioso intrauterino, podendo causar hipertensão pulmonar sustentada no recém-nascido. Pode também prolongar a gestação e o trabalho de parto.
Se usados devem ser administrados nas menores doses eficazes. Deve ter seu uso suspenso oito semanas antes do dia previsto para o parto .

Em termos de analgesia, o paracetamol é um dos mais frequentemente empregados . Não apresenta ação anti-inflamatória nas doses usuais. É um fraco inibidor das prostaglandinas pró-inflamatórias.

paracetamol é o analgésico de escolha para uso durante toda a gestação . Isso também vale para mulheres que estão amamentando. Em doses terapêuticas é considerada a melhor escolha para o tratamento da dor orofacial durante a gestação.

Já os corticosteroides preferenciais durante esse período são a prednisona e a prednisolona. Isso porque atravessam com mais dificuldade a barreira placentária.

No caso dos procedimentos endodônticos e cirúrgicos mais invasivos que não puderem ser adiados, podem-se empregar os corticoides betametasona ou dexametasona. O uso prolongado de betametasona pode determinar baixo peso ao nascer e redução da circunferência craniana .

Efeitos colaterais

Embora os antibióticos sejam importantes no tratamento de uma infecção dentária ou de forma profilática para um procedimento odontológico, tem que se levar em conta os seus efeitos colaterais.

Os efeitos colaterais podem variar com cada tipo de antibiótico. O que é comum a todos os antibióticos é a sua capacidade de eliminação de boa parte da microbiota intestinal.
A microbiota intestinal (flora intestinal) é o grupo de bactérias que vivem no intestino auxiliando em vários processos. Essas bactérias do bem auxiliam na digestão de alimentos e monitoram o desenvolvimento de micro-organismos causadores de doenças.

Outras formas de combate da infecção dentária

Os antibióticos podem ajudar na eliminação das bactérias ativas no processo. Além disso, o dentista poderá se valer de outros procedimentos que podem auxiliar a abreviar o quadro infeccioso. Procedimentos como:

  • Drenagem do abscesso
  • Preenchimento de cavidade
  • Tratamento de canal
  • Extração dental

Como se pode ver, a antibioticoterapia de uma infecção dentária é apenas uma parte da solução.
Na realidade, a maioria das infecções dentárias requer também a realização de procedimentos no próprio dente para limpeza das áreas afetadas.

Práticas caseiras para alívio dos sintomas

Além de seguir à risca as recomendações de seu dentista, o paciente também pode adotar algumas práticas que podem ajudar a aliviar os sintomas, como:

  • Enxaguar suavemente a boca com água morna salgada;
  • Enxaguar suavemente a boca com bicarbonato de sódio em água;
  • Evitar alimentos muito quentes ou muito frios geradores de sensibilidade;
  • Mastigar com o lado oposto da boca para reduzir lesões adicionais na área;
  • Utilizar uma escova de dentes muito macia ao redor da área sensível;
  • Evitar alimentos muito duros ou difíceis de mastigar. Eles podem agredir área sensíveis ou ficar aderidos aos dentes;

A adoção de boas práticas de higiene bucal, como a escovação e o uso do fio dental todos os dias e a consulta ao dentista regularmente, podem ajudar a prevenir infecções dentárias e suas complicações.

Fontes: Medical News Today , Cochrane , Biblioteca Virtual em Saúde

Sugestões de leitura

Vitamina D na odontologia: essencial para a saúde bucal ou superestimada?

Será que aquela luz do sol que entra pela janela é suficiente para nos fornecer a vitamina D que nossos dentes e gengivas...

Um novo aliado da odontologia na luta contra as superbactérias

Imagine um campo de batalha onde você é o alvo, mas em vez de soldados visíveis, as forças que lutam estão escondidas em...

Sorriso saudável, mente ativa!

Imagine que sua próxima visita ao dentista pode ser mais importante do que simplesmente evitar cáries ou melhorar o sorriso. Conforme uma pesquisa...

Inovação no tratamento da periodontite

Ao perceber que suas gengivas estão mais sensíveis, vermelhas e inchadas, é natural surgir a preocupação com a saúde bucal. Esse desconforto pode...

A surpreendente conexão entre saúde bucal e artrite reumatoide

Escovar os dentes pode parecer uma tarefa simples, parte da rotina diária de cuidados pessoais. Mas e se disséssemos que a saúde das...

A saúde dos seus dentes: entendendo a gengivite e a periodontite

Você escova os dentes regularmente, usa fio dental e até investe em enxaguantes bucais. Mas será que isso é suficiente para garantir um...