A revolucionária solução antimicrobiana para tratamentos odontológicos
Para os candidatos a implante surge uma ótima notícia: uma solução antimicrobiana para tratamentos odontológicos revolucionária.
Três milhões de pessoas nos Estados Unidos atualmente têm implantes dentários. A cada ano esse número aumenta em cerca de 500.000 .
É necessário aperfeiçoar o tratamento do paciente com base nas vantagens terapêuticas oferecidas pelos implantes dentários de titânio.
Biofilme
Um biofilme complexo tende a se formar rapidamente na superfície de qualquer implante dentário, uma vez colocado na cavidade oral.
Em algumas semanas, o biofilme se apresenta com espécies bacterianas subgengival típicas.
Fazem parte da lista de patógenos periodontais: Porphyromonas gingivalis , Aggregatibacter actinomycetemcomitans , Tannerella forsythia , Treponema denticola e Prevotella intermedia .
A abundância relativa de espécies bacterianas comensais para patógenos periodontais muda com a disbiose ( desequilíbrio da flora intestinal ).
Resposta inflamatória
Esta condição induz o paciente a desenvolver uma resposta inflamatória gerando o que se denomina mucosite peri-implantar.
Posteriormente pode-se observar o desenvolvimento de uma peri-implantite.
Este processo pode ocasionar a perda de tecido mole e duro que ancora o implante na mandíbula. Por consequência, ficam ameaçados e/ou reduzidos o tempo de vida útil do implante.
Peri-implantite preocupa
A popularização dos implantes dentais
Implantes foram originalmente projetados para uma população pequena, e eles foram considerados inicialmente como experimentais, diz o professor Malcolm Snead.
“Houve uma grande mudança na forma como os dentistas fazem uso do recurso dos implantes ao longo dos anos. Atualmente vem sendo amplamente utilizados para substituição de dentes afetados em diferentes graus”.
O implante é suscetível à formação de biofilme, gera resposta imune do paciente, que tenta limitar a infecção. Isto pode acarretar a perda de apoio de tecidos duros e moles.
Uma abordagem minimamente invasiva
Mesmo assim, os implantes vieram para ficar, e é por isso que Snead e outros dois pesquisadores da Ostrow – o professor Casey Chen e o professor assistente de pesquisa Yan Zhou, juntamente com o professor Candan Tamerler, colaborador da Universidade de Kansas – realizaram pesquisas para criar um filme peptídico bifuncional.
Como parte de uma solução aquosa, pode ser aplicado repetidamente nos implantes existentes para reduzir o crescimento bacteriano. O estudo, chamado “ Repeatedly Applied Peptide Film Kills Bacteria on Dental Implants “, foi publicado no mês passado no Journal of the Minerals, Metals and Materials Society.
Uma solução antimicrobiana para tratamentos odontológicos em implantes dentais é algo ao mesmo tempo simples e prático.
“Um atirador, não uma bomba nuclear”
Esta solução atuaria como um filme protetor de implante. Seria administrada na forma de um enxaguante bucal à base de água, e um paciente iria utilizá-lo como tal.
Muitos pacientes precisam tomar antibióticos em doses baixas para impedir que as bactérias se acumulem em seus implantes. Um enxaguatório concentrado desse produto pode ser muito mais direcionado e eficaz.
“É um atirador ao invés de uma bomba nuclear”, afirma o pesquisador. E ainda acrescenta que múltiplas aplicações podem dar aos pacientes mais anos de durabilidade de um implante.
Ambições maiores
Na realidade Snead tem um público muito maior em mente: qualquer pessoa com doença periodontal. Lembrando que doenças periodontais são as afecções infecciosas mais prevalentes no mundo.
“O objetivo é ancorar antimicrobianos no componente mineral do dente. E assim criar um ambiente antimicrobiano apenas com a escovação”.
“Fazendo isso, esperamos reduzir a incidência de doença periodontal na população de pacientes”.
Tecnologia inovadora
O risco do uso excessivo de antimicrobianos
Uma solução antimicrobiana para tratamentos odontológicos na implantodontia irá possibilitar uma redução na prescrição de antibióticos de uso oral.
Uma das maiores ameaças à saúde global atualmente é a resistência aos antibióticos. Ela pode afetar pessoas de qualquer idade, independente da região do mundo que venhamos a considerar.
A cada ano, morrem cerca de 700 mil pessoas em todo o mundo por infecções causadas por bactérias resistentes. Segundo um estudo encomendado pelo governo britânico , a partir de 2050, esse número poderá chegar a impressionantes dez milhões anualmente.
No Laboratório do IOC, que atua como Centro Colaborador da Rede de Monitoramento da Resistência Microbiana Hospitalar (Rede RM), da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, pesquisadores atuam na análise de amostras de diversos estados do país para o esclarecimento de possíveis casos de surto e dos principais mecanismos de resistência circulantes no país.
Efeito deletério dos antibióticos sobre a flora intestinal
Estudo de Jernberg (2007) demonstrou que indivíduos tratados com antibióticos por uma semana tiveram efeitos na microbiota intestinal. Resultou em perda da diversidade bacteriana e aumento dos genes de resistência aos antibióticos. Esta condição perdurou por 6 meses até 2 anos após o tratamento.
Isto ocorre por conta dos antibióticos não serem seletivos apenas às bactérias patogênicas, atingindo também as bactérias benéficas.
Estudo envolvendo camundongos tratados com antibiótico evidenciou mudanças drásticas na microbiota intestinal.
Observou-se maior suscetibilidade dos animais à infecções por Clostridium difficile (bactéria patogênica e resistente a diversos antibióticos).
A maior parte dos pacientes hospitalizados devido infecção recorrente por Clostridium difficile , havia sido submetida ao tratamento com antibióticos previamente. Esta condição resultou em diarreia moderada e, em casos raros, megacólon tóxico fatal.
Bactérias do bem: as probióticas
Diversos estudos demonstram que linhagens de bactérias probióticas podem afetar de maneira positiva a microbiota intestinal desequilibrada pela antibioticoterapia. Os probióticos são importantes e podem agir contra as bactérias patogênicas de diversas formas. Através da competição por nutrientes e por locais de adesão no intestino. E também pela produção de substâncias antimicrobianas e estimulação do sistema imune.
O sucesso da iniciativa para o desenvolvimento de uma solução antimicrobiana para tratamentos odontológicos é altamente esperado. Seria um meio eficiente se combater o biofilme que acomete os implantes dentais. Algo um tanto revolucionário, como destacamos no título da matéria.
Fontes: Journal of the Minerals, Metals and Materials Society , Fiocruz
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