A importância da Farmacologia na Odontologia

Victor Hugo Cardoso • mai 17, 2021

Conhecer Farmacologia faz toda a diferença

Odontologia é o ramo da ciência que trata da investigação, tratamento e profilaxia das doenças relacionadas aos dentes e demais estruturas da cavidade oral.

Os problemas odontológicos vêm aumentando como consequência do estilo de vida moderno.

Isso pode ser atribuído a várias razões, incluindo a maior ingestão da chamada “junk food”, refrigerantes e a própria negligência no cuidado com os dentes.

Assim, as visitas ao dentista se tornaram imprescindíveis atualmente.

A ciência odontológica evoluiu muito nas últimas décadas, assim como outras áreas da ciência médica. A cirurgia odontológica foi modernizada e digitalizada.

No entanto, para a maioria das doenças dentárias, os dentistas ainda dependem de medicamentos, isoladamente ou como parte do tratamento pré-operatório.

Para tratar problemas odontológicos com medicamentos, o conhecimento adequado da farmacologia é essencial.

A farmacologia é uma ciência aplicada que trata da ação dos medicamentos no corpo e de sua metabolização pelo organismo.

Medicamentos utilizados na odontologia – Farmacocinética e farmacodinâmica

A farmacologia desempenha um papel importante na odontologia. O objetivo da farmacologia odontológica é compreender os aspectos científicos de como os medicamentos utilizados na odontologia atuam nos vários sistemas do corpo.

Farmacologia é uma ciência que abrange dois aspectos do metabolismo da droga – farmacocinética e farmacodinâmica. A farmacocinética trata da absorção, distribuição, metabolismo e excreção do medicamento.

A farmacodinâmica trata da eficácia, segurança, ocupação do receptor (potência) e interações medicamentosas.

O conhecimento de todos esses aspectos com relação a um determinado medicamento é necessário para tratar com sucesso uma condição dentária pelo uso de qualquer medicamento.

Farmacocinética

Após a administração oral ou tópica de um medicamento, sua absorção torna-se facilitada por conta da lipossolubilidade, pois pode assim se difundir pelo epitélio e atingir os capilares.

As moléculas do fármaco viajam na corrente sanguínea no estado livre ou não ligado, ou ligado às proteínas plasmáticas. Apenas o medicamento não ligado acaba sendo distribuído aos tecidos.

Além disso, o medicamento original pode ser convertido em vários metabólitos.

Os medicamentos originais ou seus metabólitos podem ser ativos/inativos e tóxicos/não tóxicos. Após o metabolismo, o curso de eliminação do fármaco também varia dependendo da via de administração e das propriedades físico-químicas do fármaco.

Farmacodinâmica

A ação do medicamento depende do estado dos receptores (ativos ou inativos).

As drogas interagem com os receptores de várias maneiras. Os antagonistas se ligam aos receptores e não ativam nenhum dos estados do receptor. Os agonistas se ligam e também ativam os receptores. Agonistas inversos estimulam seletivamente o estado do receptor inativo, iniciando a resposta celular oposta àquela gerada por um agonista natural.

A eficácia e a potência dos medicamentos usados em odontologia são determinadas pela forma como o medicamento se liga aos receptores e desencadeia a resposta desejada.

A potência dessas drogas é determinada como a quantidade do fármaco é necessária para produzir uma determinada resposta (intensidade de efeito).

As doses do medicamento são calculadas para uma determinada formulação (spray, gargarejo, enxágue, comprimido, pomada ou adesivo, etc.) com base em todos esses fatores. Além disso, é igualmente importante compreender os efeitos tóxicos associados aos medicamentos odontológicos e quaisquer interações com outros fármacos.

Medicamentos utilizados na odontologia

Diversas classes de medicamentos são utilizadas na odontologia, dependendo da necessidade.

Por exemplo, anestésicos locais, anestésicos gerais ou óxido nitroso são administrados para reduzir a percepção da dor associada a várias condições e procedimentos odontológicos e a ansiedade que os acompanha.

**Os medicamentos anestésicos se ligam aos canais de sódio, bloqueando a condução dos estímulos nervosos** e, são úteis durante procedimentos como, por exemplo, uma extração dentária.

Também são prescritas pomadas de anestésico local para uso no consultório (procedimento) ou domiciliar para aplicação antes das refeições, de modo a anestesiar a área afetada por dor intensa.

O início e a duração da ação desses medicamentos dependem de fatores como proximidade do local alvo, concentração (dose), pH do tecido, solubilidade lipídica/aquosa, ligação a proteínas e redistribuição do medicamento no tecido.

Seus efeitos colaterais podem variar de confusão mental leve a convulsões generalizadas e depressão grave.

A lesão nervosa também é um dos efeitos adversos graves, raro, dos anestésicos odontológicos.

Medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos, incluindo corticosteroides, também são usados para o alívio da dor. Essas são as categorias mais corriqueiras de medicamentos usados em odontologia e estão disponíveis em diferentes formas farmacêuticas.

 

Os analgésicos, como os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), ligam-se aos receptores da ciclo-oxigenase (COX) – COX1 ou COX2, e inibem essas enzimas. Possuem atividade antipirética (diminuem a febre) e anti-inflamatória, além da atividade analgésica.

Os inibidores da COX2 são particularmente benéficos porque produzem menos ou nenhum efeito adverso gastrointestinal em comparação aos inibidores da COX1.

Outros efeitos colaterais dos AINEs incluem nefrotoxicidade, dispepsia e reações anafiláticas.

Outra categoria importante são os antibióticos e anti-sépticos, utilizados para tratar condições como placa bacteriana e gengivite, e medicamentos antifúngicos usados para tratar candidíase oral.

Esses medicamentos têm como alvo as gengivas e as raízes dentais e estão disponíveis na forma de comprimidos/cápsulas. 

Os enxaguantes bucais são utilizados para tratar a halitose.

Produtos contendo flúor são usados para prevenir a cárie dentária especialmente em áreas sem fluoretação da água.

Os antibióticos bacteriostáticos e também bactericidas incluem penicilinas, cefalosporinas, tetraciclinas, aminoglicosídeos, etc. Essas são classes de antibióticos.

A escolha do antibiótico é determinada por vários fatores, incluindo categoria da infecção, idade do paciente, adesão, histórico médico, medicamentos concomitantes e resistência bacteriana.

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Fontes: NCBICleveland Clinic

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