Conexão entre doença gengival e parto prematuro

Quando uma grávida com menos de 37 semanas de gestação começa a ter contrações regulares, que fazem o colo do útero se dilatar ou ficar mais fino, trata-se de trabalho de parto prematuro.

Sempre que o bebê nasce com menos de 37 semanas de gestação ele é chamado de prematuro.

Às vezes o bebê nasce prematuro por opção dos médicos, que acham que ele vai ter melhores condições fora do útero do que dentro. Isso acontece em situações especiais, quando o bebê não está crescendo o quanto deveria, por insuficiência placentária ou outro problema, ou quando a mãe está com pré-eclâmpsia, por exemplo.

Na maioria dos casos, porém, o parto prematuro acontece espontaneamente. Ou o trabalho de parto começa antes do tempo, ou a bolsa estoura prematuramente, ou ainda o colo do útero se dilata mesmo sem que haja contrações (em casos de insuficiência do colo uterino).

No Brasil, cerca de 11 por cento dos nascimentos acontecem antes de 37 semanas de gestação. É o dobro do índice de países europeus.

Um dos fatores mais comuns para o parto prematuro é a gestação de mais de um bebê.

Doença gengival predispõe ao parto prematuro

Pesquisa recentemente divulgada descobriu que as mulheres que iniciaram o trabalho de parto de forma prematura tinham uma vez e meia mais probabilidade (45%) de ter doença gengival do que as mulheres que tiveram uma gravidez normal (29%).

O estudo, publicado no Journal of Clinical Periodontology, também descobriu que as taxas de nascimento precoce eram mais comuns em mulheres com cárie dentária ou obturações não tratadas.

O diretor-presidente da Fundação de Saúde Oral, Nigel Carter OBE, diz que a pesquisa destaca o impacto que a saúde bucal pode ter no bem-estar geral do paciente.

O Dr. Carter afirma: “A saúde da nossa boca pode ter uma influência direta em muitas partes da nossa saúde geral. Isso inclui as chances de ter um nascimento mais seguro.

Higiene bucal de gestantes

Muitas mulheres acham mais difícil manter uma boa saúde bucal durante a gravidez. Isso ocorre porque as alterações hormonais durante esse período podem deixar as gengivas mais vulneráveis à placa e mais propensas a ficarem doloridas e inchadas. Elas podem até sangrar.

O estudo

Como parte do estudo, os pesquisadores examinaram as gravidezes e a saúde bucal de quase 150 mulheres.

Eles descobriram que as mulheres que entraram em trabalho de parto prematuro registraram índices de saúde de gengiva quatro vezes menores do que o padrão adotado na pesquisa. Elas também apresentaram oito vezes mais placas.

“Para garantir que a gravidez seja a mais suave possível, é importante que a gestante dê a sua boca o melhor cuidado”, acrescenta o Dr. Carter.

“É altamente recomendável manter uma rotina rígida de cuidados com a saúde bucal, escovando ao menos duas vezes por dia com um creme dental com flúor e limpando entre os dentes diariamente com escovas interdentais ou fio dental.

Manter visitas periódicas ao dentista é também uma prática que pode garantir uma gestação tranquila. Esta é uma recomendação que especialmente os médicos obstetras não podem esquecer.

O fumo e o consumo de álcool também aumentam a chance de doenças na gengiva e têm um efeito adverso no desenvolvimento do feto.

Tanto o fumo quanto o álcool podem levar os bebês a nascer abaixo do peso e ter uma saúde bucal deficiente, com o esmalte dentário não se formando adequadamente.

Fontes: Oral Health Foundation , Pubmed , Babycenter

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