Ingestão de flúor durante a gravidez pode ser um risco?
Pode a exposição ao flúor durante a gravidez representar um risco para a criança ?
É este o assunto que vamos abordar.
A adição de flúor na água das comunidades já acontece há décadas em países como EUA, no Canadá e em países europeus.
Existem estudos mostrando que a água potável sem flúor eleva a incidência de cáries.
O flúor , porém, atravessa a placenta e pode se acumular nas regiões cerebrais implicadas no aprendizado e memória. Também pode afetar as proteínas e neurotransmissores do sistema nervoso central. Essa é a questão colocada por esse novo estudo
Essa potencial neuro toxicidade da exposição ao flúor criou polêmica quanto aos riscos da fluoretação da água nas comunidades .
O objetivo deste estudo recente foi avaliar a associação entre a ingestão de flúor pela mãe durante a gravidez e o impacto sobre o desenvolvimento intelectual da criança .
O estudo
A ingestão de flúor nas mulheres grávidas foi associada à redução do QI de seus filhos com idades entre 3 e 4 anos , em um estudo observacional publicado on-line em 19 de agosto na JAMA Pediatrics.
Vários especialistas externos atestaram a qualidade da metodologia e da análise estatística empregada no estudo. O estudo inclui análises de sensibilidade e avaliação de muitas variáveis. Porém, críticos e outros especialistas ainda apontam limitações importantes que incentivam a cautela na interpretação dos resultados. Ou seja, espera-se que pesquisas adicionais repliquem os dados obtidos.
Segundo uma das pesquisadoras, havia poucas evidências para apoiar ou refutar a segurança do flúor. “Não se tinha a certeza do que esperar na população canadense; portanto, deixamos os dados contar a história”.
A mesma pesquisadora manifesta grande preocupação. Por outro lado, reconheceu que a pesquisa neste campo está em seus estágios iniciais.
“Em termos de onde vamos daqui será necessário avaliar os benefícios e riscos da fluoretação. Nossa esperança é que nossos resultados combinados com outros estudos recentes venham a informar isso”.
Metodologia do estudo
Para o estudo prospectivo foram coletadas amostras de urina materna para medir a concentração de flúor durante cada trimestre e dados autorrelatados sobre a ingestão materna de água da torneira. Além da água, também foram incluídas bebidas como chá e café, uma vez no primeiro trimestre e uma vez no terceiro trimestre.
A equipe pesquisou 601 mulheres que deram à luz entre 2008-2012 em seis cidades do Canadá. Foram as cidades de Vancouver, Halifax, Hamilton, Kingston, Montreal, Toronto e Vancouver. O QI de seus filhos foi testado usando uma escala específica para mensurar Inteligência quando tinham 3-4 anos de idade .
Os dados mostraram que as mães que moravam em áreas com flúor adicionado à água da torneira tinham maiores concentrações do mineral na urina. Isso quando comparado com aquelas que moravam em áreas com água não fluoretada.
Para essas crianças, os pesquisadores descobriram que cada 1 mg/L adicional de flúor na urina materna estava associado a 4,49 menos pontos de QI nos meninos. Porém, não houve associação significativa nas meninas. De fato, os dados mostram um ligeiro aumento não significativo no QI com o aumento da exposição ao flúor nas meninas.
No entanto, dados auto-relatados sobre a ingestão de água não mostraram diferenças entre os sexos.
Entre 400 mulheres com dados da ingestão autorreferida de água da torneira observou-se um equilíbrio.
A cada aumento de 1 mg na ingestão diária de flúor foi associado a uma diminuição de 3,66 no índice de QI para meninos e meninas. A ingestão diária média global estimada entre essas mulheres foi de 0,39 mg. Foi de 0,93 mg em áreas fluoretadas e 0,30 mg em áreas não fluoretadas.
Ingestão de flúor durante a gravidez pode ser um risco? A esclarecer…
O estudo levanta muitas preocupações quanto à segurança da adição de flúor na água das comunidades. Existe mesmo o risco no consumo de flúor durante a gravidez?
Pode esse consumo de flúor durante a gravidez implicar em risco de diminuição do QI das crianças.
São questões ainda sem uma resposta definitiva. Isso porque novas pesquisas são necessárias. Pesquisas que venham a corroborar as evidências já apresentadas ou quem sabe refutá-las.
Enfim, ficamos na expectativa de novos estudos que avaliem os riscos relacionados à exposição ao flúor durante a gravidez.
Nós aqui do blog Dentalis seguiremos vigilantes. Assim que obtivermos novidades estaremos informando a todos vocês.
Fontes: Jama Network , Medscape
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