Quais as causas da recessão das gengivas e como interromper esse processo
Recessão gengival – como interromper o processo
A internet está repleta de informações desencontradas e mal-entendidos sobre as causas da recessão das gengivas (retração).
Em alguns sites se pode ler que a recessão (recuo) da gengiva é resultado de uma escovação muito forte dos dentes e outros sites ainda afirmam que a recessão das gengivas é causada por uma doença gengival específica.
Este artigo busca ser uma tentativa de dissipar mitos sobre o tema da recessão das gengivas.
Também oferecemos algumas sugestões de como lidar com a recessão gengival e o que fazer para interromper esse processo.
Vamos começar abordando um pouco da anatomia bucal e assim criar uma base sobre a qual possamos discutir meios para otimizar a saúde das gengivas.
Anatomia do tecido gengival
Nossa gengiva é composta de uma camada de pele que cobre o tecido ósseo da mandíbula superior (maxila) e mandíbula inferior (mandíbula).
Enquanto o osso da mandíbula subjacente permanecer intacto, o tecido gengival se manterá forte e em níveis saudáveis nos dentes.
Em resumo, a única razão pela qual as gengivas recuam é porque o osso que sustenta o tecido gengival foi de alguma forma afetado.
Aliás, há uma conexão direta entre a recessão gengival e a hipersensibilidade dentária.
Os dentes de nossa arcada dentária podem sofrer um processo de desmineralização, embora tenham também a capacidade de remineralização.
Causas da recessão gengival
Para descobrirmos a causa da recessão gengival, precisamos observar quais são as cinco principais causas responsáveis pela desmineralização do tecido ósseo da mandíbula.
Por enquanto vamos focar no osso da mandíbula e deixar de lado as questões relacionadas à deficiência nutricional geral de cálcio, que tem um papel importante no processo de desmineralização/remineralização.
As cinco principais causas da desmineralização da mandíbula
Aqui estão as cinco principais causas que contribuem para a diminuição do tecido ósseo da mandíbula:
- Doença periodontal (doença da gengiva em estágio avançado);
- Bruxismo (apertar e ranger dos dentes);
- Deficiências nutricionais;
- Traumatismo;
- Herança genética.
O tecido ósseo da mandíbula envolve todos os lados de cada um dos nossos dentes.
Infelizmente, a camada de tecido ósseo na superfície facial (externa) é muito fina, e em algumas pessoas, pode até ser inexistente.
A densidade do tecido ósseo da mandíbula no lado facial (externo) de nossos dentes desempenha um papel fundamental no processo de recessão gengival.
Processo gradual
Como já podemos imaginar, o processo de desmineralização dos ossos da mandíbula não ocorre muito rapidamente.
Inicialmente, o osso perde minerais, mas sua estrutura permanece intacta.
Se a causa original for detectada a tempo, o processo poderá sofrer reversão e o osso se remineralizar.
À medida que o “andaime” do osso vai se desmineralizando, o tecido gengival perde o suporte necessário para se manter em níveis saudáveis nos dentes.
Essa perda óssea não faz com que a gengiva recue imediatamente, mas essa condição torna o tecido gengival muito vulnerável à recessão.
Sem o suporte subjacente do osso para mantê-lo no lugar, qualquer agravamento pode ocasionar o recuo do tecido gengival.
Esse processo combinado a uma escovação inadequada dos dentes pode definitivamente causar a recessão da gengiva.
Como interromper a recessão da gengiva?
Para impedir o recuo das gengivas, devemos primeiro identificar a causa da desmineralização do osso subjacente.
Não vamos abordar neste artigo aspectos ligados à desnutrição geral, um dos principais responsáveis para elucidação desse quebra-cabeça.
Doença gengival
Doença que afeta as gengivas é algo muito comum atualmente.
A doença periodontal é a doença gengival em estágio avançado onde o osso da mandíbula está sendo comprometido.
As bactérias implicadas com a doença periodontal não só destroem diretamente o tecido ósseo, mas também fazem com que o sistema imunológico fique em “alerta total”.
O sistema imune reage provocando forte inflamação na região afetada.
Quando essa infecção se instala, leva à inflamação crônica da área, o que colabora para a deterioração da saúde óssea da mandíbula.
Bruxismo
Embora o estresse da vida atual possa fazer com que certas pessoas ranjam os dentes à noite, os pesquisadores evidenciam uma estreita ligação entre a apneia do sono leve e o bruxismo.
Seja qual for a causa do bruxismo, o ranger dos dentes habitual pode comprometer a estrutura de sustentação das gengivas.
Traumatismo
Em geral, quando um osso é danificado, ele geralmente cresce mais forte que antes do trauma. No entanto, no caso do osso da mandíbula, há tanto risco de infecção dentro ou ao redor da mesma quando isso acontece. Por isso a regra de “quebrá-lo e ficar mais forte” definitivamente não se aplica aqui.
Herança genética
A espessura original dos ossos da mandíbula facial tem uma forte origem genética.
Assim como todos nascemos com variações em nossos crânios, a textura do nosso cabelo, pele, etc., a densidade do osso mandibular pode ter um componente genético.
Existem casos mais graves de pessoas que nascem com uma falta completa de tecido ósseo da mandíbula na superfície facial.
Como anteriormente mencionado, se o osso da mandíbula facial diminuir, o tecido gengival que estava sendo apoiado por esse tecido ósseo apresentará um risco muito elevado de recuo.
O tecido gengival perdido por consequência da recessão pode ser recuperado?
Até onde se sabe, tendo a gengiva recuado, isso significa que o osso diminuiu.
E tendo o osso diminuído, o tecido gengival só pode se recuperar conforme a atual “altura” do tecido ósseo. Sim, o tecido ósseo pode se remineralizar.
No entanto, muito provavelmente, o osso não voltará a crescer até sua altura original.
A boa notícia é que o tecido ósseo pode se remineralizar para fortalecer a estrutura restante.
Assim, uma pessoa com dentes frouxos (um sinal muito comum de doença gengival), irá se beneficiar dessa remineralização pelo “apertamento” dos dentes em sua boca.
Daremos continuidade a esse assunto num próximo post aqui do blog.
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Fontes: Mayo Clinic, Cleveland Clinic, Pubmed, Periodontite agressiva